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Análise Atualizada da EBMT sobre Transplante de Células-Tronco para Linfoma de Células T

Os transplantes resultam em excelente sobrevida a longo prazo após auto- ou alo-SCT, mesmo para linfoma de células T recidivados

Escrito por: Wanessa Julia da Silva

Revisado por: Germano Medeiros

Os transplantes de células-tronco autólogo e alogênico (auto-SCT e alo-SCT) representam abordagens potencialmente curativas para pacientes com linfoma de células T. No entanto, dados em larga escala sobre os resultados desses transplantes para entidades principais de células T, como linfoma de células T periféricas não especificado (PTCL NOS), linfoma de células T angioimunoblástico (AITL), linfoma de grandes células anaplásico (ALCL) ALK-negativo, e ALCL ALK-positivo, diferenciando entre pacientes tratados para consolidação ou doença recidivada/refratária, ainda não foram relatados. O objetivo deste trabalho foi descrever a evolução do auto-SCT e alo-SCT em pacientes com linfoma de células T nos últimos 20 anos com base nos dados do grupo de trabalho sobre linfoma (LWP) da EBMT.1

Foram analisados os transplantes auto-SCT e alo-SCT na Europa e em outros países que reportam à EBMT em pacientes com linfoma de células T tratados entre 2002 e 2022. Foram incluídos pacientes que atendiam aos seguintes critérios: idade ≥18 anos, diagnóstico de PTCL NOS, AITL, ALK+ e ALK- ALCL, auto-SCT como primeiro SCT ou alo-SCT, seja como primeiro SCT ou após auto-SCT.1

No total, 6992 pacientes receberam auto-SCT e 1233 receberam alo-SCT. Para PTCL NOS, a sobrevida livre de progressão (do inglês, Progression Free Survival – PFS) de 2 anos e a sobrevida global (do inglês, Overall Survival – OS) foram 49,7% e 65,6% após auto-SCT, e 52,0% e 67,7% após alo-SCT. Pacientes transplantados na primeira remissão completa ou parcial (CR/PR1) apresentaram melhores resultados comparados aos transplantados em remissão subsequente (CR2+/PR2+) ou doença progressiva (PD). Em AITL, PFS e OS de 2 anos foram 51,1% e 69,7% para auto-SCT, e 57,0% e 60,5% para alo-SCT. Para ALK- ALCL, PFS e OS de 2 anos foram 69,8% e 84,2% para auto-SCT, e 49,4% e 64,2% para alo-SCT. Em ALK+ ALCL, PFS e OS de 2 anos foram 65,5% e 85% para auto-SCT, e 69,7% e 80,4% para alo-SCT. A incidência de recidiva em 2 anos variou entre 26,3% e 43,9% após auto-SCT, e entre 13,3% e 42,4% após alo-SCT, enquanto a mortalidade não relacionada à recidiva em 2 anos variou entre 2,8% e 6,4% após auto-SCT, e entre 8,7% e 29,7% após alo-SCT.1

O estudo mostra diferenças substanciais na PFS e OS entre os principais subtipos de linfomas de células T, questionando se devem continuar a ser analisadas juntas. A diferença entre pacientes autotransplantados para consolidação ou para doença refratária demonstra resultados superiores para pacientes autotransplantados para consolidação. No geral, o transplante resultou em excelente sobrevida a longo prazo após auto ou alo-SCT, mesmo para linfoma de células T recidivados. As taxas de sobrevivência corroboram os achados de dois pequenos estudos prospectivos (Schmitz et al. Blood 2021; Glass et al. ASH 2023) e demonstram que o transplante continua sendo um tratamento promissor para pacientes com linfoma de células T recidivados.2,3

Referências:

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