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Revisão sistemática e meta-análise sobre a utilização da terapia CAR-T anti-CD19 como tratamento de segunda linha para linfoma difuso de grandes células B recidivado/refratário

Estudo apresentado mostra que a terapia com células CAR-T, como tratamento de segunda linha, parece ser eficaz em alcançar taxas de resposta mais elevadas e retardar a progressão de doença em comparação com o standard of care em linfoma difuso de grandes células B recidivado/refratário

Escrito por: Germano Glauber de Medeiros Lima

O linfoma difuso de grandes células B (LDGCB), um subtipo agressivo, é uma doença curável, com remissões observadas em 60-70% dos pacientes tratados com quimioimunoterapia de primeira linha à base de rituximabe. Para pacientes com doença refratária e/ou recidivada (R/R), o standard of care (SOC) consiste em quimioterapia em altas doses seguida de transplante autólogo de células-tronco hematopoiéticas (TCTHa) em pacientes com doença quimiossensível. Quase metade desses pacientes consegue atingir remissão a longo prazo com o TCTHa. 

Em contrapartida, os pacientes que são refratários ao tratamento de primeira linha ou recidivam logo depois, apresentam resultados desanimadores com sobrevida global mediana de 6 meses. Na prática atual, pacientes que não respondem à quimioterapia de resgate (e, portanto, incapazes de prosseguir para o TCTHa) ou que recaem após o TCTHa podem ser tratados com as terapias CAR-T anti CD-19 aprovadas, como axicabtagene ciloleucel (axi-cel), lisocabtangene maraleucel (liso-cel) e tisagenlecleucel (tisa-cel).

Resultados inconsistentes observados em ensaios recentes de fase III avaliando terapia CAR-T como tratamento de segunda linha em comparação com o tratamento padrão (SOC) em pacientes com LDGCB R/R levou à realização de uma meta-análise para avaliar a eficácia da terapia com células CAR-T neste cenário.

A meta-análise de efeitos aleatórios foi conduzida para reunir estimativas de efeitos para comparação entre terapia com células CAR-T e SOC. Comparações de tratamento misto foram feitas usando uma abordagem de meta-análise de rede frequentista.

A meta-análise de três ensaios com 865 pacientes mostrou melhora na sobrevida livre de eventos (EFS: HR: 0,51; IC 95%: 0,27-0,97; I2: 92%), sobrevida livre de progressão (PFS: HR: 0,47; IC 95%: 0,37-0,60; I2: 0%) com células CAR-T terapia em comparação com SOC. Embora houvesse um sinal de potencial benefício em sobrevivência global (OS) com terapia com células CAR-T, a diferença encontrada não foi estatisticamente significativa entre os dois grupos (HR 0,76; IC 95%: 0,56 a 1,03; I2: 29%). Comparações de tratamento misto mostraram benefício significativo de EFS com liso-cel (HR: 0,37; IC 95%: 0,22-0,61) e axi-cel (HR: 0,42; IC 95%: 0,29-0,61) em comparação com tisa-cel.

Os autores do trabalho concluem que a terapia com células CAR-T, como tratamento de segunda linha, parece ser eficaz em alcançar taxas de resposta mais elevadas e retardar a progressão de doença em comparação com SOC em LDGBC R/R.

Referência: 

1) Asghar, K., Zafar, M., Holland, E., Abduljabbar, A. B., Albagoush, S. A., Asghar, N., Sood, A., Dufani, J. M., Thirumalaredy, J., DeVrieze, B., Tauseef, A., & Husnain, M. (2024). A systematic review and meta-analysis on utilizing anti-CD19 chimeric antigen receptor T-cell therapy as a second-line treatment for relapsed and refractory diffuse large B-cell lymphoma. Frontiers in oncology, 14, 1407001. https://doi.org/10.3389/fonc.2024.1407001

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