skip to Main Content

Ibrutinibe-venetoclax de duração fixa versus clorambucil-obinutuzumabe em pacientes com leucemia linfocítica crônica – atualização dos resultados do estudo de fase 3 GLOW após seguimento de 4 anos

Após 4 anos de acompanhamento no estudo GLOW, ibrutinibe-venetoclax continua a prolongar significativamente a sobrevida livre de progressão quando comparada com quimioimunoterapia em pacientes com leucemia linfocítica crônica não tratada

Escrito por Germano Glauber de Medeiros Lima

Os inibidores de BTK mudaram o panorama do tratamento da leucemia linfocítica crônica (LLC), particularmente em pacientes com doença de alto risco. Ibrutinibe e venetoclax têm mecanismos de ação complementares que funcionam sinergicamente. Ibrutinibe mobiliza células de LLC para fora dos compartimentos linfoides, e a combinação erradica subpopulações em repouso e em divisão, levando a remissões profundas.

GLOW foi um estudo de fase 3, randomizado e aberto, conduzido para estabelecer a eficácia e segurança de ibrutinib-venetoclax de duração fixa em comparação com clorambucil-obinutuzumabe em uma população de pacientes mais idosos e/ou com mais comorbidades. Neste estudo os pacientes foram randomizados aleatoriamente (1:1) entre os grupos, estratificados pelo status mutacional do IGHV e pela presença da deleção 11q. O desfecho primário foi a sobrevida livre de progressão (PFS) na população com intenção de tratar, avaliada por um comitê de revisão independente. A população de segurança incluiu todos os pacientes randomizados que receberam pelo menos uma dose do tratamento do estudo.

Entre 4 de maio de 2018 e 5 de abril de 2019, 211 pacientes (122 [58%] eram do sexo masculino e 89 [42%] do sexo feminino) foram designados aleatoriamente para receber ibrutinib-venetoclax (n=106) ou clorambucil-obinutuzumab (n=105). Em uma mediana de

46 meses (IQR 43–47) de seguimento, a PFS permaneceu superior para o grupo ibrutinibe-venetoclax (razão de risco 0,214 [IC 95% 0,138–0,334]; p<0,0001). A mediana de PFS não foi alcançada para ibrutinib-venetoclax e foi de 21,7 meses (IC 95% 16·7–26·1) para clorambucil–obinutuzumab. As taxas de sobrevida livre de progressão em 42 meses foram de 74,6% (IC 95% 65,0–82,0) para ibrutinib–venetoclax e 24,8% (16,5–34,1) para clorambucil–obinutuzumab.

Seguindo a análise primária, um paciente no grupo clorambucil-obinutuzumab teve um evento adverso grave de síndrome mielodisplásica. Foram notificadas mortes relacionadas ao tratamento em um paciente do grupo ibrutinib-venetoclax (insuficiência cardíaca, pneumonia e disfunção do nó sinusal) e em um paciente recebendo clorambucil-obinutuzumabe (pneumonia). Houve 15 mortes no grupo ibrutinib-venetoclax (das quais três foram devido a infecções pós-tratamento) e 30 mortes no grupo clorambucil-obinutuzumab (das quais 10 foram devido a infecções pós-tratamento).

No acompanhamento mediano de 46 meses, o grupo venetoclax-ibrutinib também demonstrou uma vantagem significativa quanto à sobrevida global (OS) com HR de 0,487 (IC 95% 0·262–0·907; p=0·021). Após 42 meses a OS foi de 87,5% (IC 95% 79,4–92,5) para pacientes no grupo ibrutinibe-venetoclax e 77,6% (68,2–84,5) para pacientes do grupo clorambucil–obinutuzumabe.

Após 4 anos de acompanhamento mediano, ibrutinibe-venetoclax continua a prolongar significativamente a sobrevida livre de progressão quando comparada com quimioimunoterapia em pacientes com leucemia linfocítica crônica, apoiando seu uso como opção de primeira linha. Este foi ainda o primeiro trabalho a demonstrar superioridade em sobrevida global de esquema chemo-free em comparação a tratamento com quimioimunoterapia.

Referência: 

  1. Niemann, C. U., Munir, T., Moreno, C., Owen, C., Follows, G. A., Benjamini, O., Janssens, A., Levin, M. D., Robak, T., Simkovic, M., Voloshin, S., Vorobyev, V., Yagci, M., Ysebaert, L., Qi, K., Qi, Q., Sinet, P., Parisi, L., Srinivasan, S., Schuier, N., … Kater, A. P. (2023). Fixed-duration ibrutinib-venetoclax versus chlorambucil-obinutuzumab in previously untreated chronic lymphocytic leukaemia (GLOW): 4-year follow-up from a multicentre, open-label, randomised, phase 3 trial. The Lancet. Oncology, 24(12), 1423–1433. https://doi.org/10.1016/S1470-2045(23)00452-7
Back To Top