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Cinco anos de acompanhamento do KEYNOTE-087: monoterapia com pembrolizumabe para linfoma de Hodgkin clássico recidivado/refratário

O estudo de fase 2 demonstrou respostas duráveis da administração de pembrolizumabe uma vez a cada três semanas em pacientes recidivados/refratários com Linfoma de Hodgkin clássico (LHc)

Escrito por: Andréia Ávila Soares de Oliveira

Revisado por: Guareide Carelli

O uso do pembrolizumabe – um anticorpo monoclonal que participa na sinapse imune, que tem como alvo a proteína PD-1 – tem se mostrado eficaz no tratamento do linfoma de Hodgkin clássico (LHc) em pacientes refratários ou recidivados, principalmente para aqueles inelegíveis ou que progridem após transplante autólogo de células tronco (TACT), com ou sem tratamento com brentuximabe vedotina (BV).

Para avaliação da eficácia e segurança do pembrolizumabe, o estudo de fase 2 KEYNOTE-087 classificou os pacientes em três coortes: i) pacientes que não responderam ou que apresentaram progressão da doença após TACT e terapia com BV; ii) pacientes que não atingiram resposta completa (RC) ou parcial (RP) à quimioterapia, não receberam TACT e apresentaram progressão após BV; e iii) pacientes que não responderam ou que apresentaram progressão da doença após TACT, sem terapia com BV.  Todos os pacientes (idade: 18 a 76 anos) receberam 200 mg de pembrolizumabe por via intravenosa a cada três semanas por até 2 anos. O tratamento foi descontinuado em pacientes que apresentaram RC após 6 meses de tratamento e no caso de posterior progressão da doença, ciclos adicionais de pembrolizumabe foram administrados.  

Os desfechos primários incluíram a taxa de resposta objetiva (TRO) e avaliação de segurança. Após acompanhamento médio de 63,7 meses, a TRO foi de 78,3%, 64,2% e 73,3%, respectivamente: coortes i, ii e iii. Em pacientes que receberam um segundo ciclo de pembrolizumabe, a TRO foi de 73,7% (intervalo de confiança [IC]: 95%; 48,8 – 90,8).  Já no grupo geral de pacientes, a TRO foi de 71,4% (IC: 95%; 64,8 – 77,4). Destes, 27,6% dos pacientes apresentaram RC e 43,8% apresentaram RP à monoterapia com pembrolizumabe. 

Dentre os pacientes do grupo geral que atingiram RC, a duração mediana da resposta não foi atingida e mais da metade dos pacientes (51,6%) permaneceram em RC por, pelo menos, 4 anos. Ainda neste grupo, a mediana do tempo de sobrevida livre de progressão (SLP) foi de 56,5 meses (IC: 95%; 21,4 – não atingida). Em 5 anos, a SLP foi de 44,3% e a taxa de sobrevida global (SG) foi de 82,5%, enquanto a mediana do desfecho de SG não foi alcançada dentro período do estudo. 

Em relação ao grupo geral de pacientes, a duração mediana da resposta foi de 16,6 meses (IC: 95%; 11,8 – 27,1), e cerca de 1/4 (24,8%) dos pacientes apresentaram resposta por 48 meses ou mais. A mediana da SLP após monoterapia com pembrolizumabe foi de 13,7 meses (IC: 95%; 11,1 – 19,4). Já a mediana da SG não foi atingida. Após 5 anos de acompanhamento, as taxas de SLP e a SG foram, respectivamente, de 14,2% e 70,7%. No grupo de pacientes que receberam ciclos adicionais de pembrolizumabe, a duração mediana da resposta foi de 15,2 meses (IC: 95%; 3,9 – 32,9) e a mediana da SLP foi de 17,2 meses (IC: 95%; 6,6 – 25,2). 

A maioria dos pacientes (72,9%) apresentaram algum tipo de evento adverso (EA) associado ao tratamento. EAs de graus 3 e 4 ocorreram em 12,9% dos pacientes,  neutropenia em 2,4%. Não foram relatadas mortes em decorrência do tratamento. 

Os dados do KEYNOTE-085 confirmam a atividade do pembrolizumabe sem o surgimento de novas preocupações de segurança, além de demonstrar a viabilidade de descontinuar o tratamento em pacientes em remissão completa, com a opção de retomá-lo em caso de progressão da doença.

Referências: Armand P, Zinzani PL, Lee HJ, et al. Five-year follow-up of KEYNOTE-087: pembrolizumab monotherapy for relapsed/refractory classical Hodgkin lymphoma. Blood. 2023;142(10):878-886. https://doi.org/10.1182/blood.2022019386.

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