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Necessidades não atendidas no linfoma de células do manto recidivado/refratário pós-inibidores de quinase de Bruton covalentes (iBTKs): uma revisão sistemática da literatura e meta-análise

Avaliando lacunas no tratamento do linfoma de células do manto (LCM): um estudo abrangente revela desafios persistentes após o uso de iBTKs

Escrito por: Germano Glauber de Medeiros Lima     

O linfoma de células do manto (LCM) é um tipo agressivo de linfoma não-Hodgkin que, frequentemente, apresenta recaídas e resistência ao tratamento. Os inibidores da quinase de Bruton (iBTK) covalentes, como ibrutinibe e acalabrutinibe, revolucionaram a terapia do LCM, proporcionando controle da doença em muitos pacientes. No entanto, uma porcentagem significativa de pacientes não responde adequadamente ou apresenta recaídas, gerando a necessidade de explorar as necessidades não atendidas neste segmento.

Este estudo teve como objetivo sistematizar a literatura existente sobre o LCM recidivado/refratário (R/R) após tratamento com iBTKs, identificando cuidados de saúde essenciais que não são atendidos e propondo direções futuras para a pesquisa e desenvolvimento terapêutico.

Foi realizada uma revisão sistemática da literatura e uma meta-análise de estudos relevantes publicados até a data de corte escolhida. A busca incluiu bases de dados como PubMed, Scopus e Web of Science, utilizando palavras-chave relacionadas a LCM, iBTKs e necessidades não atendidas. Os critérios de inclusão envolveram estudos em humanos com um foco específico em pacientes com LCM R/R que haviam recebido terapia com iBTKs. A qualidade dos estudos foi avaliada de acordo com diretrizes consensuais, e os dados extraídos foram analisados utilizando métodos estatísticos apropriados para sintetizar resultados.

Os resultados revelaram várias lacunas nas necessidades dos pacientes com LCM após o tratamento com iBTKs. A meta-análise indicou que aproximadamente 30-50% dos pacientes não atingem uma resposta completa ao tratamento com iBTKs, e muitos desenvolvem resistência. Isso enfatiza a necessidade de alternativas terapêuticas.

Além disso, observou-se que os efeitos colaterais associados aos iBTKs são comuns, incluindo fadiga, diarreia, e complicações hemorrágicas, as quais impactam negativamente a qualidade de vida dos pacientes. Muitas vezes, esses efeitos adversos levam à interrupção precoce do tratamento ou à necessidade de modificações na terapia.

 

Em relação à terapia com células T receptoras de antígeno quimérico (CAR-T), os resultados mostraram um potencial encorajador. Os pacientes com LCM R/R que receberam terapia CAR-T apresentaram taxas de resposta global que variaram entre 60-80%, com uma proporção significativa atingindo remissões duradouras. No entanto, cerca de 20-30% dos pacientes também apresentaram eventos adversos graves, como síndrome de liberação de citocinas (CRS) e neurotoxicidade, o que levanta preocupações sobre a segurança e gerenciamento desses efeitos.

A análise também destacou que, apesar dos avanços trazidos pela terapia CAR-T, os pacientes que não responderam adequadamente aos iBTKs e apresentaram recaídas frequentemente requerem tratamentos de linha subsequente que muitas vezes não estão claramente definidos. Essa situação cria um vácuo no atendimento e uma necessidade premente de opções mais seguras e eficazes.

O estudo conclui que, embora os iBTKs tenham melhorado significativamente o manejo do linfoma de célula do manto, existem lacunas significativas nas necessidades dos pacientes que não estão sendo atendidas. Futuros esforços de pesquisa devem se concentrar em desenvolver terapias que abordem a resistência ao tratamento e melhorem a qualidade de vida, bem como integrar estratégias de cuidados paliativos no tratamento de pacientes com LCM R/R. A colaboração entre clínicos, pesquisadores e pacientes será essencial para enfrentar esses desafios.

Referência:

1) Wu JJ, Wade SW, Itani T, et al. Unmet needs in relapsed/refractory mantle cell lymphoma (r/r MCL) post-covalent Bruton tyrosine kinase inhibitor (BTKi): a systematic literature review and meta-analysis. Leuk Lymphoma. 2024;65(11):1609-1622. doi:10.1080/10428194.2024.2369653

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