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Resultados do estudo de Fase 3 de gilteritinibe versus quimioterapia de resgate em pacientes predominantemente asiáticos com leucemia mielóide aguda recidivada/refratária com mutação do FLT3

Gilteritinibe demonstrou superioridade em relação à quimioterapia de resgate, resultando em melhores taxas de remissão e sobrevida em pacientes com leucemia mielóide aguda e mutação FLT3

Escrito por: Germano Glauber de Medeiros Lima

A leucemia mielóide aguda (LMA) é uma neoplasia hematológica complexa associada a uma elevada taxa de mortalidade, especialmente em pacientes com mutações no gene FLT3, que ocorrem em aproximadamente 30% dos casos de LMA. Essas mutações estão associadas a um pior prognóstico e, frequentemente, a recaídas rápidas após o tratamento inicial. Gilteritinibe, um inibidor da tirosina quinase FLT3, surgiu como uma terapia potencialmente inovadora, visando melhorar os desfechos em pacientes com LMA recidivada ou refratária (R/R). Com a crescente incidência dessas mutações, é essencial explorar estratégias terapêuticas que possam proporcionar melhores resultados clínicos.

Neste contexto, um estudo de fase 3 foi conduzido para comparar a eficácia e segurança de gilteritinibe com a quimioterapia de resgate padrão em pacientes predominantemente asiáticos com LMA R/R portadores de mutações FLT3. Este estudo é particularmente relevante em regiões onde as opções de tratamento são limitadas e busca responder à necessidade crescente de alternativas eficazes para esses pacientes com prognóstico desfavorável.

O estudo foi um ensaio clínico multinacional, randomizado e controlado, envolvendo pacientes diagnosticados com LMA R/R portadores de mutações FLT3. Os participantes foram randomizados para receber gilteritinibe oral em uma dose contínua ou quimioterapia de resgate, que consistia em um esquema padrão de agentes de indução. A principal variável de resultado foi a taxa de remissão completa, enquanto dados secundários incluíram a sobrevida global e o perfil de segurança. A análise estatística foi realizada usando métodos apropriados para dados censurados e para comparar as taxas de resposta entre os grupos.

Os resultados mostraram que a taxa de remissão completa foi significativamente maior no grupo tratado com gilteritinibe, alcançando 42% em comparação com 16% no grupo de quimioterapia de salvatagem. Além disso, a sobrevida global mediana foi superior no grupo que recebeu gilteritinibe, alcançando 10 meses, em comparação com 5 meses no grupo de quimioterapia. Os eventos adversos mais comuns associados ao gilteritinibe foram discrasias hematológicas e efeitos relacionados ao fígado, embora estas complicações tenham sido gerenciáveis e geralmente transitórias. A análise também demonstrou que a maioria dos pacientes tolerou bem a terapia, ressaltando a potencial viabilidade do gilteritinibe como uma opção de tratamento em comparação à abordagem convencional.

Os resultados indicaram que gilteritinibe não apenas melhorou as taxas de resposta, mas também proporcionou um impacto significativo na sobrevida dos pacientes tratados, destacando sua eficácia em um grupo populacional em que as opções de tratamento são frequentemente limitadas. Esses dados fornecem suporte à introdução de gilteritinibe como terapia padrão para pacientes com LMA R/R e mutações FLT3.

Em conclusão, o estudo demonstrou que gilteritinibe é uma opção terapêutica eficaz e segura para pacientes asiáticos com leucemia mielóide aguda R/R portadores de mutações FLT3, superando as abordagens de quimioterapia de resgate padrão em termos de taxa de remissão e sobrevida global. Os resultados ressaltam a importância de terapias direcionadas na melhoria dos desfechos clínicos em subgrupos de pacientes com características específicas da doença. Futuros estudos devem focar na combinação de gilteritinibe com outras modalidades terapêuticas para otimizar ainda mais os resultados.Parte superior do formulário

Referência:

1) Wang J, Jiang B, Li J, et al. Phase 3 study of gilteritinib versus salvage chemotherapy in predominantly Asian patients with relapsed/refractory FLT3-mutated acute myeloid leukemia. Leukemia. 2024;38(11):2410-2418. doi:10.1038/s41375-024-02382-9

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