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Revisão sistemática e metanálise da Qualidade de Vida Relacionada à Saúde em pacientes com β-talassemia submetidos a transplante de células-tronco hematopoiéticas

Resultados mostram que o transplante de medula óssea em pacientes portadores de β-talassemia parece promover boa qualidade de vida

Escrito por: Germano Glauber de Medeiros Lima

A β-talassemia major (β-TM) representa uma das hemoglobinopatias mais complexas do mundo. Melhorias notáveis ​​foram alcançadas na terapia de suporte dos pacientes portadores, baseada em transfusões de hemácias de repetição e quelação de ferro. Hoje essa abordagem é capaz de garantir uma vida longa nesses pacientes em países desenvolvidos.

O único tratamento curativo, porém, é o transplante alogênico de células-tronco hematopoiéticas (TCTH). No entanto, este tratamento pode ser prejudicado pela deterioração da Qualidade de Vida Relacionada à Saúde (QVRS). O artigo apresentado teve como objetivo avaliar o papel da QVRS em pacientes β-TM transplantados através de uma revisão sistemática e meta-análise.

As bases de dados PubMed, Web of Science e Scopus foram pesquisadas sistematicamente em busca de estudos publicados entre 1º de janeiro de 2000 e setembro de 2020. Os seguintes termos foram inseridos nas consultas do banco de dados: β-thalassemia, HRQoL (QVRS) e HSCT (TCTH). O estudo foi realizado de acordo com a declaração de itens de relatório para análises sistemáticas e meta-análises (PRISMA).

Foram identificados 33 estudos potenciais. Destes, 10 foram finalmente considerados na revisão sistemática e 5 na meta-análise. Em geral, bons escores nos principais domínios da QVRS foram relatados pelos pacientes transplantados. Esses dados foram confirmados pelos resultados da meta-análise que mostraram diferença significativa entre pacientes transplantados e pacientes com β-TM tratados com terapia convencional na dimensão física e emocional, com tamanho de efeito médio [d=0,65, IC 95% (0,29-1,02), z = 3,52, p =0,0004, I2=75%; e d=0,59, IC 95% (0,43-0,76), z = 6,99, p<0,00001, I2=0%, respectivamente].

Os autores do artigo concluem que a QVRS é geralmente boa em pacientes transplantados com β-TM e pode contribuir significativamente na decisão de transplantar ou não um paciente com β-TM tratada com terapia convencional. Apesar dos achados favoráveis, estudos maiores e prospectivos são necessários para uma comparação mais apropriada entre os grupos. Trata-se ainda de terapia pouco disponível em pacientes em desenvolvimento.

Referência:

1) Mulas, O., Pili, I., Sanna, M., & La Nasa, G. (2023). Systematic Review and Meta-Analysis of Health-Related Quality of Life in Patients with β-Thalassemia that Underwent Hematopoietic Stem Cell Transplantation. Clinical practice and epidemiology in mental health : CP & EMH, 19(Suppl-1), e174501792301031. https://doi.org/10.2174/17450179-v17-e211208-2021-HT2-1910-4

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