Zanubrutinibe demonstra superioridade terapêutica no tratamento de leucemia linfocítica crônica
Estudos SEQUOIA e ALPINE suportam a aprovação de zanubrutinibe em pacientes com Leucemia Linfocítica Crônica (LLC) ou Linfoma Linfocítico de Pequenas Células (LLPC) em primeira linha ou em doença recorrente/refratária, respectivamente.
Escrito por: Guilherme Ferreira de Britto Evangelista
A Leucemia Linfocítica Crônica (LLC) é o tipo de leucemia mais comum na população Ocidental. Embora o ibrutinibe (inibidor de 1ª geração da Bruton’s tyrosine kinase – BTK) seja um tratamento padrão tanto na primeira linha quanto na recorrência/refratariedade da doença, seus efeitos colaterais, como fibrilação atrial, hipertensão e hemorragia, limitam seu uso. Para superar esses desafios, foi desenvolvido o zanubrutinibe – um iBTK de 2ª geração – que apresenta maior especificidade do que o ibrutinibe, reduzindo os efeitos off-target e consequentemente, os efeitos colaterais. Recentemente aprovado para o tratamento de LLC e LLPC, o zanubrutinibe teve sua eficácia comprovada em dois grandes estudos clínicos: SEQUOIA e ALPINE.
O estudo SEQUOIA trata-se de um estudo clínico de fase III que avaliou 590 pacientes diagnosticados com LCC ou LLPC virgens de tratamento. Os pacientes sem del(17)(p13.1) foram randomizados em zanubrutinibe (Grupo A, n=241; 160mg oral 2x/dia), bendamustina–rituximabe (Grupo B, n=238) e, pacientes com deleção (17) (p13.1) foram incluídos no Grupo C e tratados com zanubrutinibe. A mediana de follow-up de 26,2 meses (23,7-29,6). O endpoint primário do estudo foi a avaliação de Sobrevida Livre de Progressão por análise de comitê independente da Coorte 1 e os resultados demonstraram a superioridade do zanubrutinibe em relação à combinação de bendamustina-rituximabe. A mediana de SLP foi superior no braço zanubrutinibe, com uma redução de 58% no risco de progressão ou óbito comparado ao braço de bendamusitna-rituximabe (HR = 0,42; 95%CI: 0,28-0,63).